O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse esta tarde que a mudança na fórmula de cálculo do redutor da Taxa Referencial de juros (TR), aprovada ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), corrige uma distorção. "Em um País onde todas as taxas de juros estão caindo, a TR tem que acompanhar. A TR é um velho indexador e, daqui a pouco, a poupança será um dos ativos que mais vão render no mercado pela sua composição (isenção do imposto de renda e rendimento de 6% ao ano mais TR).
Segundo Mantega, a caderneta de poupança tem um rendimento bastante alto comparativamente aos últimos dois ou três anos. "Não é correto que num cenário completamente diferente se mantenha algo que tenha uma distorção", defendeu.
O ministro, inclusive, criticou a fórmula de cálculo da TR. Segundo ele, quando há uma queda da Taxa Básica Financeira (TBF, usada no cálculo do redutor) e da taxa básica de juros (Selic), a TR sobe. "A fórmula é meio esquisita. Não sei quem fez esta fórmula, mas ela é meio estranha. Tanto que na próxima redução da Selic, que eu acho que vai ter esta semana, a TR sobe e fica esta distorção", disse. O Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se hoje e amanhã para definir a nova Selic, atualmente em 13% ao ano.
Segundo o ministro, esta distorção pode criar um movimento dos fundos DI (prefixados) para a poupança. "Todo o mundo pode correr para este ativo. Então estamos eliminando uma distorção, mas a poupança continua um ativo muito atraente, porque não corre risco e tem um rendimento de 6% ano mais TR", repetiu.