As mudanças de humor no mercado financeiro internacional, que passa por um momento de reavaliação de riscos, não preocupa o presidente do Banco central (BC), Henrique Meirelles, que acredita no fortalecimento do mercado interno como forma de evitar impactos negativos sobre a economia brasileira.
Segundo o presidente do BC, que concedeu uma entrevista hoje na Guatemala, o Brasil se encontra numa situação diferente de outros países semelhantes, que têm elevado os juros e reduzido o crescimento.
"O Brasil está num ponto diferente do ciclo, em comparação com muitos países. O Brasil está acelerando o crescimento, não está desacelerando. Além do mais estamos num processo de flexibilização da política monetária, enquanto a maior parte está no caminho contrário", afirmou.
Para Meirelles, o avanço da demanda com o início da aceleração pelo lado da oferta, também trazem um conforto adicional ao País para o caso de um aprofundamento da aversão ao risco. "Temos todos os indicadores de solvência positivos. Além disso, o Brasil está crescendo hoje, impulsionado pela demanda doméstica, portanto menos dependente da expansão da demanda externa" avaliou.
Entretanto, para o presidente do BC, o País – mesmo com fundamentos sólidos – não sairia incólume, no caso de uma reversão na tendência de crescimento da economia norte-americana. "Não há dúvidas que se os Estados Unidos, porventura, entrasse em uma recessão, isso afetaria o mundo todo e o Brasil é parte da economia global", finalizou.