Manifestantes em diversos países muçulmanos continuam pedindo hoje por desculpas formais do papa devido às suas declarações sobre o Islã e a violência. O governo da Malásia, que lidera o maior bloco mundial muçulmano, declarou que a afirmação do papa, de lamentar ter feito referências ao Islã, não é o suficiente. Mesmo na China, onde o governo exerce forte controle sobre as religiões, um clérigo importante disse que Bento XVI insultou os muçulmanos do país.

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A raiva devido às declarações do papa em 12 de setembro – quando ele citou um texto que afirmava que os ensinamentos do fundador do Islã eram "do mal e inumanos", e se referia à divulgação do islamismo "com a espada" – continua apesar de repetidas afirmações de arrependimento do Vaticano e do próprio papa.

O Vaticano já teria publicado duas declarações separadas expressando arrependimento em relação às afirmações, que causaram uma das maiores crises internacionais envolvendo a Igreja Católica em décadas. Bento XVI afirmou "lamentar muito" que seu discurso tenha ofendido os muçulmanos. Ele afirmou que as suas palavras não refletem as suas próprias opiniões.

"Espero que isso sirva para aplacar os corações e para esclarecer o real significado da minha declaração, que era totalmente um convite ao diálogo franco e sincero, com grande respeito mútuo", disse o papa durante sua aparição semanal aos peregrinos.

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A crise criada pela declaração do papa é a mais séria desde fevereiro, quando uma onda de violentos protestos varreu o mundo muçulmano em decorrência da publicação, em jornais da Europa, de charges ironizando o profeta Maomé. Muçulmanos declararam que os desenhos eram ofensivos à sua religião.