No depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, o líder do PTB na Casa, José Múcio Monteiro (PE), disse que participou de encontro entre o presidente nacional licenciado do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), e o deputado Miro Teixeira (PT-RJ).
De acordo com Múcio, Jefferson e o deputado João Lyra (PTB-AL) foram ao encontro de Miro para convidá-lo a ingressar no PTB. "A conversa foi o tempo todo sobre o crescimento do PTB. No final – acho até que o Lyra não ouviu -, o Roberto disse estar preocupado com o ‘mensalão’. Foi quando Miro e ele disseram: ‘Vamos ao presidente’, referindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva", afirmou ainda o líder do PTB na Câmara, ressaltando ter reagido com indignação.
Segundo Múcio, a partir do segundo semestre de 2004, o assunto mesada começou "a reverberar nos corredores da Câmara com maior freqüência". Ele disse também não ter havido uma reunião formal do partido para discutir a suposta quantia paga a parlamentares. Múcio relatou que, em uma das múltiplas conversas que os petebistas tinham, o presidente nacional licenciado do PTB advertiu: "Se eu souber que alguém se seduziu (pelo ‘mensalão’), vou à tribuna e digo quem seduziu e quem se deixou seduzir."
Aí, acrescentou, fez-se silêncio e o assunto não foi posto em votação. O líder do PTB afirmou ainda que nunca foi pressionado pelo deputado Pedro Henry (PP-MP) e pelo presidente nacional do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), a aderir ao suposto "mensalão".