MST vai comandar ato de retirada das grades do Palácio Iguaçu

O secretário de Obras Públicas, Luis Caron, reuniu nesta quarta-feira (29), representantes de partidos políticos e de entidades da sociedade civil para discutir, “pública e democraticamente”, a remoção das grades que cercam o Palácio Iguaçu, na Praça Nossa Senhora da Salete, Centro Cívico. Todos os presentes tiveram a oportunidade de falar e sugerir tanto o destino das grades, como o futuro do espaço.

Segundo o secretário Luis Caron, “a retirada das grades é uma promessa do governador Roberto Requião e simboliza a aproximação do novo governo com o povo”. Caron citou o próprio governador, para quem “o espaço é um patrimônio público e não pode ser fechado como se fosse um jardim particular”.

Durante a reunião, o presidente do Departamento de Construção, Obras e Manutenção (Decom), Cesar Benoliel, apresentou a conclusão dos estudos, feitos a pedido de Requião, para a retirada das grades. O próximo passo será a realização de uma licitação e ordem de serviço que dará início aos trabalhos.

Benoliel afirmou que “serão tomados os cuidados necessários para que toda a estrutura possa ser reaproveitada”. O diretor geral da Unioeste, Paulo Sérgio Wolf, encaminhou um pedido ao governador para que sejam doados dois mil metros de grades para proteger o patrimônio da universidade, mas o destino ainda não foi definido pelo governo do Estado.

O advogado Vitório Sorotiuk, representante do Sindicato dos Engenheiros (Senge), Associação dos professores da UFPR e Associação Nacional de Pesquisa e Preservação Ambiental(Aninpa), sugeriu um concurso nacional entre arquitetos para escolher um projeto que respeite o paisagismo do local. “O ato de fechar a praça representa um desrespeito à comunidade, ao paisagismo do local e aos profissionais envolvidos na concepção inicial do projeto, afirmou Sorotiuk”.

As grades foram instaladas depois que membros do Movimento  dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), montaram um acampamento na Praça Nossa Senhora da Salete, em 2000. O próprio MST, agora, será responsável pelo ato político que simbolizará a retirada das grades.

De acordo com o deputado Antônio Anibelli, líder do PMDB na Assembléia, o partido já havia se manifestado contra a atitude com um projeto de lei, de sua autoria, que proibia a colocação das grades. “A retirada das grades está sendo esperada há muito tempo pela comunidade paranaense, em especial pelos movimentos populares”, lembra Anibelli.

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