Aproximadamente 100 integrantes da Via Campesina e membros do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) que estão no Assentamento Dorcelina Folador interromperam o tráfego na BR-369 entre Arapongas e Apucarana (PR) por cerca de cinco horas. O objetivo era fazer um protesto em frente à empresa brasileira de defensivos agrícolas Nortox. Segundo o MST, a Nortox contribuiu com R$ 50 mil para a campanha do deputado federal Abelardo Lupion (PFL-PR) em 1998, "com o objetivo de flexibilizar a utilização de agrotóxicos no Brasil".
Os manifestantes chegaram a tirar a bandeira da Nortox, mas foram impedidos pela segurança da empresa de colocar outra no pedestal. "É um bando de coitados", disse o presidente da Nortox Osmar Amaral. "Mais da metade eram crianças de 10 a 12 anos, principalmente mulheres." Segundo ele, toda a contribuição de campanha – 12 candidatos foram contemplados – foi devidamente registrada. "Tudo perfeitamente regular", afirmou.
Os manifestantes disseram que também tinham o objetivo de alertar para que sejam feitas investigações sobre se a empresa cumpre as normas ambientais e de saúde dos trabalhadores. "Eles nem sabem o que é isso", respondeu o presidente da Nortox. "É tudo gente mandada." Durante o período da manifestação, formaram-se filas nos dois lados da rodovia.
Cerca de 300 integrantes da Via Campesina continuam acampados nas proximidades da Fazenda Santa Rita, de propriedade do deputado Abelardo Lupion, em Santo Antonio da Platina (PR), onde estão desde o dia 18. Eles pedem que a Câmara dos Deputados investigue denúncias de que Lupion foi beneficiado por empresas para defender seus interesses. O deputado nega qualquer irregularidade.