O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) enviaram hoje (4) ao ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, um pedido para a continuidade das investigações sobre a existência de milícias armadas no estado.

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No dia 27 de abril, o delegado da Polícia Federal Fernando Francischini, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra, informou que foram apreendidas notas que comprovam o pagamento, pelos fazendeiros da região de Ponta Grossa (PR), ao tenente-coronel Valdir Copetti Neves, da Polícia Militar do Paraná. Os valores são de R$ 2 mil a R$ 3 mil e eram calculados por cotas que variavam de acordo com o tamanho da fazenda.

Uma investigação da inteligência da Polícia Federal que começou no início do ano a pedido do governador do Paraná, Roberto Requião, para apurar a atuação de grupos de extermínio na área rural do estado, também revelou fortes indícios de crimes federais, como tráfico internacional de armas, formação de quadrilha e porte ilegal de armamentos.

Em nota à imprensa, o MST diz que o pedido de investigação se deve ao fato de que representantes das entidades ruralistas teriam se encontrado com o tenente-coronel horas antes de uma sessão da CPMI da Terra realizada em Curitiba.

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"Poucas horas antes da sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Terra, realizada em 18 de abril de 2005, em Curitiba, quando o tenente Coronel Neves foi inquirido, os senhores Marcos Prochet, presidente da União Democrática Ruralista do Paraná (UDR-PR), Tarcísio Barbosa, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Francisco Carvalho Gomes Filho, proprietário da Fazenda Santa Filomena, palco do assassinato do trabalhador Elias de Meura, em 2004, fizeram uma visita ao Tenente Coronel", diz a nota do MST.

O movimento anexou ao documento cópia das assinaturas no livro de controle de visitas aos presos do Batalhão de Polícia de Guarda de Curitiba.

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Segundo a nota, foram enviadas cópias do pedido para a Secretaria Especial de Direitos Humanos, Secretária de Segurança Pública do Estado do Paraná e a Superintendência da Polícia Federal do Paraná.