O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) deixou nesta quarta-feira (13) a Granja Saúde, no município de Jóia, no noroeste do Rio Grande do Sul. A área de 1,1 mil hectares pertence ao ex-presidente do Incra Ruben Ilgenfritz da Silva, dois irmãos e uma sobrinha, e estava invadida desde o dia 4 de setembro. Os 320 agricultores decidiram sair quando a Brigada Militar preparava uma operação de despejo, um dia depois do vencimento do prazo para desocupação dado pela juíza Simone Brum Pias, de Augusto Pestana.
Apesar da saída pacífica, os sem-terra montaram acampamento numa estrada vicinal que passa diante da fazenda, e prometem ficar por lá esperando que o governo federal compre a área, ofertada pelos donos ao programa de reforma agrária. "Se isso não ocorrer nos próximos dias, podemos voltar", adverte um dos coordenadores estaduais do MST, Vanderlei Soares. A assessoria do Incra informou que o decreto será enviado para análise da Casa Civil ainda nesta semana.
Em Porto Alegre, outros 350 sem-terra passaram o dia dentro do prédio do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, invadido na terça-feira, mas fizeram um acordo com a superintendência local para sair nesta quinta-feira se parar de chover na capital gaúcha. Eles consideraram que um decreto publicado no Diário Oficial da União de hoje, declarando de interesse social para reforma agrária uma área de 3,7 mil hectares, em Itacurubi, atendeu parcialmente as reivindicações que faziam. Mas não desistiram da pressão. Vão esperar pela compra da Granja Saúde acampados no pátio do edifício, que fica no centro de Porto Alegre.
