Cerca de 800 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) começaram a desmontar acampamento na Rua Doutor Faivre, em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização Agrária (Incra), no fim da tarde desta terça-feira (18). Eles estavam desde segunda-feira (17), solicitando uma audiência com a Superintendência do órgão para tratar de Reforma Agrária.
De acordo com a assessoria de imprensa do movimento, o superintendente do Incra, Edson Wagner de Sousa, os atendeu nos dois dias. “Conversamos ontem a tarde e hoje de manhã, e concordamos em voltar no dia 4 de maio para ver o que será feito a respeito de nossas reivindicações”, informou.
Entre as pautas abordadas está a necessidade de assentamento das 11.400 famílias acampadas em todo o Paraná e também a melhoria da infraestrutura nos assentamentos já existentes. “Além disso, queremos a Concessão do Direito Real de Uso das terras sem o pagamento da titularizaçao porque essa terra já foi paga pelo governo”, pontuou a assessoria.
Para o lavrador Neldo Bergman, 49 anos, a manifestação trará resultados significativos. Morador de Rio Bonito do Iguaçu, ele planta soja, feijão, milho e ainda cria gado leiteiro há 21 anos. No entanto, até hoje não se tornou o dono dos 16 hectares de terra que utiliza. “Nós só estamos lutando por um direito nosso”, afirmou o trabalhador, que criou os filhos na roça e tem orgulho do seu trabalho.
Acampamento
Para que a manifestação acontecesse, um grande barracão e diversas cozinhas foram montadas entre as avenidas Sete de Setembro e Visconde de Guarapuava, no Centro de Curitiba. O tráfego de veículos foi desviado pela Avenida Sete de Setembro, mas deve ser liberado nas próximas horas.
