Brasília – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST) vai aguardar o anúncio do pacote agrícola do governo federal, marcado para a próxima quinta-feira (25), para saber se serão atendidas ou não suas reivindicações apresentadas hoje (23). A informação foi dada por Marina dos Santos, da coordenação nacional do MST logo após reunião com o assessor especial do ministro da Fazenda, Gilson Bittencourt. Os integrantes do movimento realizam manifestações em todo o país hoje para pressionar o governo.

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De acordo com Marina dos Santos, o MST está realizando manifestações para que sejam atendidas três reivindicações básicas: assentamento de famílias acampadas à beira de estradas; negociação da divida dos pequenos agricultores, entre eles os assentados, e a atualização dos índices de produtividade. "Continuaremos mobilizados porque a nossa pauta não é apenas em relação à dívida, está ligada também ao assentamento das famílias. Aguardaremos o anúncio do pacote na quinta-feira. Foi uma boa conversa [no Minstério da Fazenda], eles deram abertura para as questões que nós colocamos e o compromisso é de que elas serão anunciadas", completou.

Na manhã de hoje, em Brasília, cerca de 450 trabalhadores rurais ligados ao MST ocuparam a sede do Banco do Brasil. Em Pernambuco, representantes do movimento invadiram a sede Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "A ocupação do Banco do Brasil faz parte das nossas mobilizações como em todos os estados, hoje, está acontecendo. Faz parte desse processo de abertura das negociações com o governo federal. As mobilizações vão continuar em todo o país aguardando as respostas que o governo pretende apresentar no pacote agrícola", explicou.

Em relação aos índices de produtividade, Marina dos Santos afirmou que agora as reivindicações serão levadas aos ministérios da Justiça, do Desenvolvimento Agrário, Incra e à Casa Civil. Os índices de produtividade são parâmetros usados pelo governo para determinar se uma propriedade é produtiva ou improdutiva. Os índices usados pelo governo são de 1970. "Isso [a atualização] abriria possibilidades e facilitaria muito as coisas para a realização da reforma agrária", argumentou.

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