Brasília – A Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) contestou hoje (22) os dados divulgados pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, e disse que o governo inflaciona os números. "Assim como a política econômica do governo Lula, a política de reforma agrária nada tem de original e repete os mesmos passos do governo Fernando Henrique Cardoso: inflaciona números, contabiliza a reposição de lotes em assentamentos antigos como novos assentamentos e assentamentos precários no norte do País em terras públicas, preservando os grileiros da região", afirma o MST em nota publicada em sua página na Internet.
Segundo o movimento, a política adotada pelo governo não desconcentra a propriedade e premia o latifúndio "por meio de iniciativas que parecem mais com os projetos de colonização da Amazônia do regime militar do que qualquer política que pudesse ser chamada de reforma agrária".
O MST disse que esperava que Rossetto explicasse o fato de cerca de 200 mil famílias ainda viverem em acampamentos em beiras de estradas e em latifúndios improdutivos. "Sugerimos que o ministro Miguel Rossetto acate a sugestão do atualmente presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Rolf Hackbart, defendida nos tempos de assessor da Câmara dos Deputados: que seja formada uma comissão de auditoria dos assentamentos", afirmou o MST.
Essa comissão seria formada por integrantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), servidores do Incra e jornalistas. Eles visitariam os locais de assentamento anunciados e verificariam as condições em que as famílias estão.