O Ministério Público Federal recomendou à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e ao presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recurso Naturais Renováveis (Ibama), Marcos Luiz Barroso Barros, que determinem a suspensão das audiências públicas programadas para discutir o licenciamento ambiental do projeto de integração do rio São Francisco até que o impasse judicial esteja resolvido.

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Nesta terça-feira, uma liminar da juíza substituta da 16ª Vara da Justiça Federal, do Distrito Federal, Iolete Maria Fialho de Oliveira, determinou que o Conselho Nacional de Recursos Hídricos se abstivesse de colocar em pauta o projeto de integração. O Ibama programou 10 audiências públicas para acontecer entre os dias 6 e 20 de dezembro, em Belo Horizonte e em vários municípios do Nordeste.

A recomendação é assinada pelas subprocuradoras-gerais da República Sandra Cureau e Deborah Duprat, respectivamente titulares das Câmaras de Coordenação e Revisão (CCR) do MPF que tratam do meio ambiente e patrimônio público (4ª CCR) e de comunidades indígenas e minorias (6ª CCR). Elas alegam que o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) considera a Bacia do São Francisco como área de influência indireta, deixando de apresentar o devido diagnóstico dos impactos ambientais na gestão dos recursos hídricos daquela região.

De acordo com as subprocuradoras-gerais, o Rima também não aborda o impacto econômico do custo da água a ser disponibilizada aos Estados receptores e, por não se basear numa definição adequada das áreas de influência do projeto, deixa de contemplar as populações tradicionais afetadas pela obra.

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Outra razão apontada pelas representantes do MPF para recomendar a suspensão das audiência é o fato de que os locais escolhidos inviabilizam a participação popular, principalmente a das populações de menor poder econômico. Elas acrescentam que a linguagem técnica empregada na elaboração do relatório é de difícil compreensão para os participantes das audiências públicas, deixando de cumprir o objetivo de informar a sociedade sobre o projeto e seus impactos socioambientais.