O Ministério Público Estadual (MPE) abriu ontem inquérito civil público para investigar a claque levada pelo secretário da Segurança, Saulo Abreu, na terça-feira à Assembléia Legislativa durante depoimento à Comissão de Segurança. A apuração diz respeito aos cerca de 150 policiais, que, com 50 jovens e mulheres à paisana, compunham o grupo ruidoso que aplaudiu Saulo e vaiou deputados. Além do MPE, o corregedor da Assembléia, Romeu Tuma Junior (PMDB), começou a analisar as fotos da claque para identificar os policiais. "Eles foram convocados pelo Saulo. Muitos me ligaram constrangidos, dizendo que não queriam estar lá, mas foram obrigados.
Tuma Junior quer pedir explicações aos policiais. É essa também a intenção do promotor da Cidadania Silvio Marques. O representante do MPE vai investigar se houve improbidade administrativa no caso. A suspeita é de que policiais em serviço tenham participado da claque, em lugar de ficar patrulhando as ruas.
Marques também vai apurar as circunstâncias em que carros da polícia foram usados na manifestação de apoio a Saulo. Cerca de 40 veículos foram filmados ao redor da Assembléia. A promotoria tem imagens dos carros e pedirá outras para identificar os policiais.
Ao depor, Saulo bateu boca com os deputados. Foi irônico. Bufou e batucou na mesa. "Tenho mais o que fazer." Saiu sem dar explicações aos deputados sobre as ações do Primeiro Comando da Capital (PCC). Oficiais militares e delegados mantiveram-se em silêncio. Quem importunou os trabalhos da comissão foi o grupo à paisana.
Indagado sobre o caso, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que iria procurar saber, com a secretaria, o motivo de haver tantos carros da polícia na Assembléia. "Vou perguntar porque se deslocaram até lá.