O Ministério Público Estadual investiga acusação de desvio de salário de funcionários da Câmara Municipal de São Paulo, no gabinete do vereador Carlos Apolinário (PFL). A denúncia ao promotor de Cidadania Sérgio Turra Sobrane partiu do próprio Apolinário, que acusa seu ex-chefe de gabinete Robson Toledo de reter parte dos pagamentos e falsificar planilhas de salários.Toledo nega as acusações, diz que não tomava decisões sem ordem de Apolinário e que parentes do vereador nomeados não apareciam para trabalhar. Ele prometeu apresentar provas quando for ouvido pelo MP e processar o pefelista.

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O vereador diz que não tem cálculo exato, mas estima que podem ter sido desviados entre R$ 70 mil e R$ 80 mil. O promotor afirmou ter pedido à Câmara planilhas de salários dos servidores. "Vamos receber as informações antes de ouvir as pessoas. Após a investigação veremos quem são eventuais responsáveis".

Apolinário diz que Toledo trabalhava com ele há muito tempo, desde que foi deputado estadual. O ex-chefe de gabinete diz que o pefelista foi seu padrinho de casamento, fato que o vereador nega. "Era uma pessoa de confiança", diz o parlamentar, alegando que no mandato passado (2001-2004) teve o primeiro problema com Toledo. "Descobri que a folha de pagamento do gabinete era maior do que a que me era apresentada. Quando o chamei (Toledo), ele disse que era viciado em jogo e tinha usado o dinheiro do gabinete para pagar dívidas. Pedi que ele contasse a verdade na frente de outros funcionários do gabinete, que testemunharam o fato e pediram que eu desse outra chance".

Em julho de 2006, na campanha – quando o pefelista se licenciou para disputar o governo pelo PDT -, segundo Apolinário, houve outro problema. "Um rapaz me procurou e disse que era funcionário do gabinete, mas eu nunca o tinha visto. Ele (Toledo) fez a nomeação com assinatura falsa; o rapaz ainda contou que foi obrigado a pegar empréstimos e repassar (ao ex-chefe de gabinete)." Após relatar o caso no gabinete, o vereador disse que outros funcionários reclamaram por ter de repassar parte do salário.

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Em 7 de fevereiro, ele afirma ter procurado a promotoria para denunciar o caso. "Levei ainda o depoimento do meu motorista, que acusou o Robson de falsificar a assinatura dele e sacar férias e 13º". Apolinário diz não temer acusações do ex-chefe de gabinete. "Eu optei por denunciar. O promotor vai analisar documentos e depoimentos e descobrir a verdade".

O pefelista nega que seus parentes sejam funcionários-fantasmas, e afirma que seu sobrinho deixou o gabinete recentemente para atuar em uma agência de publicidade e o filho, para trabalhar em uma rádio do vereador.

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