O procurador da República em Mato Grosso, Thiago Lemos de Andrade, pediu à Justiça Federal a prorrogação de mais 30 dias para que a Polícia Federal conclua o inquérito que investiga o acidente entre o Legacy e o 1907 da Gol em outubro de 2006. Para o Ministério Público Federal as apurações feitas até agora não são suficientes para identificar se os dois pilotos norte-americanos, Joseph Lepore e Jan Palladino, agiram com dolo (com intenção) ou culpa (sem intenção). "Não basta ter a certeza sobre o crime, tem que saber qual foi esse crime", observou. Os pilotos já foram indiciados pelo artigo 261 que pune a quem impõe a perigo embarcação ou aeronave.
De acordo com o procurador, pode-se assegurar "com razoável segurança que o acidente foi causado, senão exclusivamente, ao menos em grande parte, por falha humana, que pode ser caracterizada como um ato criminoso, ma ainda não é possível medir a gravidade da falhas cometidas". Ele também listou dez procedimentos que devem esclarecer dúvidas e "caracterizar legalmente a atitude dos pilotos". Dentre elas estão a identificação e o depoimento dos controladores de vôo do centro Amazônico que trabalhavam no dia do acidente e a solicitação ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) das cópias de todos os documentos com informações.
O procurador salientou que "essa é uma das condições essenciais para definir se os dois desligaram o equipamento ou se ele deixou de funcionar". O MPF sabe, segundo ele, que o aparelho não estava quebrado, nem com defeito. "O que temos que saber é se os pilotos o desligaram ou se ele não funcionou por qualquer tipo de falha", afirmou.
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