De acordo com o procurador do Trabalho, Genderson Silveira Lisboa, os trabalhadores cumpriam jornada exaustiva na operação de quatro fornos e estavam sem receber há pelo menos 20 dias. “Eles foram instalados em um barraco de lona, sem água potável e sem a menor higiene; praticamente só paravam para dormir”, indigna-se o procurador.
Silveira Lisboa afirma que a fazenda não estava no roteiro de visitas do Grupo Móvel. Os procuradores e auditores fiscais do Trabalho e policiais federais realizavam visita de fiscalização em fazendas da região quando foram alertados de que o grupo estava sendo explorado na fazenda Boa Esperança.
Carlos Alberto Tostes, que se apresentou como gerente da fazenda e é irmão da proprietária Maria Isabel Tostes, afirmou ao Grupo Móvel desconhecer o fato de que submetia os trabalhadores ao trabalho forçado. Segundo informou, a carvoaria era explorada por seu pai, José Luis Tostes. Este e a dona do imóvel não se encontravam no local, o que não impediu a Polícia Federal de instaurar inquérito para apurar o caso.
Os trabalhadores foram instalados em um hotel em Unaí, com as despesas pagas pelos responsáveis pela fazenda. A adolescente de 14 anos foi levada por policiais a um posto médico para verificar seu estado de saúde.
Na terça-feira (25), o Grupo Móvel interditou outra carvoaria no município, que funcionava na fazenda Nossa Senhora de Fátima. Segundo o procurador Genderson Lisboa, três trabalhadores foram advertidos a interromper a atividade devido às péssimas condições de trabalho oferecidas.
continua após a publicidade
continua após a publicidade