O chefe da Coordenadoria Nacional de Combate ao Trabalho Escravo do MPT, Luís Antônio Camargo de Melo, informou que o grupo móvel chegou à fazenda do senador após denúncias de que os trabalhadores estavam cerceados do direito de ir e vir, mas que no início da apuração o MPT não sabia que lidava com um senador. “Quando começa a apuração, não se sabe quem é o proprietário. É lamentável, uma vergonha que se encontrem cada vez mais homens públicos envolvidos nessas denúncias”, disse.
O senador João Ribeiro não foi localizado, mas por meio de sua assessoria informou que fez uma cirurgia dentária e que está de licença médica até o início da próxima semana. No final da tarde, divulgou uma nota oficial para desmentir as acusações de uso de mão-de-obra escrava. “Jamais, em qualquer tempo ou lugar, adotei prática de manter trabalhadores em situação irregular ou qualquer outra semelhante à de escravidão, prática que sempre condenei e condeno”, afirma João Ribeiro na nota.
A nota do senador afirma que os trabalhadores foram contratados pelo serviço temporário de limpeza das pastagens da fazenda, no esquema de empreitada, comum no interior do país. O trabalho deveria durar até o final do mês. O senador reconhece, no entanto, que foi informado de que “os trabalhadores não foram devidamente contratados como manda a legislação”.
João Ribeiro garantiu que assumirá toda a responsabilidade pelas contratações e que ordenou ao gerente da fazenda que regularize todos os trabalhadores. Disse que tão logo receba permissão médica, falará pessoalmente com a imprensa.