Escutas telefônicas feitas pelo Ministério Público do Amazonas nos últimos 120 dias detectaram conversas de presos combinando o assassinato de nove promotores de Justiça e juízes que trabalham no combate ao crime organizado em Manaus. Os detentos queriam aproveitar o indulto do dia dos Pais para as supostas execuções.
De acordo com o procurador-geral do MPE, Vicente Cruz, foi enviado nesta quinta-feira (10) um ofício à Secretaria de Segurança do Estado solicitando o cancelamento de algumas das saídas temporárias. "Não podemos divulgar os nomes dos presos que poderão ter os indultos cancelados", afirmou.
Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança, 200 presos devem ser soltos neste domingo. O pedido do MPE está sendo estudado, mas com cuidado para não divulgar os nomes. Teme-se que os presos possam se rebelar ao imaginar a possibilidade de fim dos indultos.
O MPE afirmou ainda que todas as precauções para proteger os promotores envolvidos foram tomadas, inclusive com seguranças. Mas Walber Nascimento, um dos promotores que constam na lista de execuções, afirmou que não há nenhum segurança vigiando seus passos.
Segundo Nascimento, houve uma reunião na Secretaria de Segurança na semana passada para estudar quais seriam as medidas a tomar em relação à lista de mortes. "Nesta reunião, cogitou-se vigiar os passos dos detentos que seriam soltos, além da segurança dos promotores e do cancelamento da saída, mas até agora eu não soube de nenhuma providência", afirmou.