Brasília – A Procuradoria-Geral da República vai pedir ainda nesta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar o envolvimento de cerca de 30 novos parlamentares na compra superfaturada de ambulâncias com dinheiro público. A informação é do presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ).

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Com isso, deve chegar a 45 o número de parlamentares investigados pelo Ministério Público por suposta participação no esquema de corrupção, revelado em maio pela Polícia Federal. Recentemente, o procurador-geral Antônio Fernando de Souza pediu a investigação de 15 parlamentares suspeitos, que ainda estão sob investigação.

Biscaia e o relator da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), reuniram-se na tarde de hoje (26) com o procurador-geral, a ministra do STF, Ellen Gracie, e o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda. Pediram os inquéritos e demais documentos sobre as investigações já conduzidas por estes órgãos, a fim de agilizar os trabalhos. O objetivo da CPMI é concluir os trabalhos em 60 dias.

Segundo Biscaia, agora cabe ao ministro Gilmar Mendes, relator do processo no STF, decidir se os documentos serão liberados ?estão sob segredo de Justiça. "As investigações já estão bem avançadas. É importante termos acesso a esses documentos para que possamos definir as estratégias e os rumos das investigações", disse o deputado.

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Biscaia descarta haver qualquer tipo de pressão para influenciar os trabalho da CPMI. "A comissão vai realizar seu trabalho com absoluta isenção. Eu não tenho a menor dúvida disso". Quanto ao fato de integrantes indicados por líderes partidários estarem supostamente no foco das investigações, ele comentou: "Só posso dizer que neste momento não sei nem quem são os 15 envolvidos, muito menos quem são os outros 30. Só depois que tivermos acesso aos nomes, aí sim iremos saber. Não vamos previamente estabelecer um juízo sobre esse ou aquele parlamentar".