O delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Leonyl Ribeiro, foi denunciado ontem (11) pelo Ministério Público de Rio Negro, a 110 quilômetros de Curitiba, no sul do Paraná. Ele é acusado pelas promotoras Maria Ângela Camargo Kiszka e Marla de Freitas Blanchet de ter utilizado o cargo para obter vantagens para Mário do Amaral Fogassa, acusado de liderar uma quadrilha de roubo e desvio de cargas e ser responsável por pelo menos um homicídio.

As promotoras citam ainda o secretário de Segurança Pública, José Tavares, e o deputado estadual Carlos Simões (PTB) como co-autores, mas não os denunciam alegando ?prerrogativa de foro?. Elas devem enviar peças dos autos para a Procuradoria Geral de Justiça ?para a adoção das providências que entenderem cabíveis?. Os nomes das autoridades aparecem em conversas telefônicas – grampeadas por ordem judicial – entre os acusados de integrar a quadrilha.

A denúncia das promotoras diz que Ribeiro teria pedido aos delegados que deixassem de dar andamento a dois inquéritos contra Fogassa por receptação e roubo de cargas. O juiz da comarca de Rio Negro, Hélio Cezar Engelhardt, deu prazo de 15 dias para que o delegado-geral responda, por escrito, às acusações.

Prisões – Em razão das denúncias contra Fogassa e do suposto privilégio que lhe era dado por autoridades policiais, 14 pessoas foram presas, entre elas os delegados da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas de Curitiba, Armando Marques Garcia e Margareth Motta, duas das testemunhas relacionadas contra o delegado-geral.         

Explicações – Em nota, o secretário de Segurança Pública  José Tavares, disse não ter visto ?dolo? na atitude de Ribeiro, ?pelo fato dele ter recebido o empresário denunciado, Mário do Amaral Fogassa, a pedido de um parlamentar?. Segundo a nota, o delegado teria apenas orientado Fogassa a constituir advogado para ?responder a denúncias ou pressões que disse estar sofrendo?.

Segundo a nota, em nenhum momento Tavares ou Ribeiro pediram que o inquérito policial em andamento na Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas fosse alterado ou tivesse o curso das investigações modificado.

O secretário disse que ?nunca manteve contato pessoal ou telefônico com o empresário denunciado?. Já Ribeiro afirmou ter o ?máximo interesse de que tudo seja esclarecido à luz do Direito e dentro do que preconiza a lei?.

A questão também está sendo investigada pela Corregedoria da Polícia Civil. O advogado do deputado Carlos Simões, Elias Mattar Assad, estava viajando ontem.

continua após a publicidade

continua após a publicidade