São Paulo (AE) – O Ministério Público Federal, no Ceará, abriu investigação para apurar quais as ligações entre o petista José Adalberto Vieira da Silva e o ex-assessor especial do Banco do Nordeste (BNB) Kennedy de Moura Ramos. Vieira da Silva, que era assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT), foi preso uma semana atrás, em São Paulo, ao tentar embarcar em avião com R$ 200 mil em valise e US$ 100 mil na cueca. Ele foi solto ontem (13) à noite.
O procurador Marcio Andrade Torres afirmou que quer apurar se o dinheiro encontrado com o petista pode ter relação com o BNB. "Queremos investigar se houve atuação indevida de Kennedy no banco que possa ter relação com esse dinheiro apreendido", diz Torres.
Uma das linhas de investigação da Polícia Federal é que Vieira da Silva seria um emissário de Ramos. Ele teria viajado a São Paulo para buscar o dinheiro arrecadado com empresários beneficiados em programas de empréstimos do BNB. Segundo declarações do deputado, foi Ramos quem o informou, por telefone sobre a prisão de Vieira da Silva.
Ramos ocupava até esta semana um cargo de assessor especial da presidência no BNB. Seu nome seria uma indicação de Guimarães, que é irmão do ex-presidente nacional do PT, José Genoino.
O presidente do BNB, o petista Roberto Smith, informou que foi ele que levou Moura para trabalhar no banco e que foi aberta comissão de sindicância para apurar se o ex-assessor cometeu irregularidades.
Smith também já recebeu uma intimação da Procuradoria para disponibilizar dados sobre investigações internas do banco que envolvam Ramos. Hoje Ontem o delegado da Polícia Federal Hugo Brazioli Slivinski, que apura o caso, pediu à juíza Paula Mantovani Avelino, da 10ª Vara Criminal de São Paulo, que o inquérito corra sob sigilo.