O procurador geral do Trabalho da 10ª Região, Maurício Correia de Mello, afirmou não haver no momento nenhum indício de que as condições de trabalho dos controladores de vôo sejam inadequadas. Depois de uma reunião de 45 minutos com representantes dos trabalhadores com o presidente da Associação Nacional de Aviação Civil, Milton Zuanazzi, e o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, Correia de Mello ressaltou que as investigações sobre a rotina dos trabalhadores ainda estão em fase inicial.
"O representante dos trabalhadores não trouxe informações de que as condições sejam ruins", disse Correia de Mello. Ele considera que, à primeira vista, a questão parece muito mais uma pressão para criação da carreira do que falta de condições de trabalho. "Mas isso não está descartado. Estamos ainda muito no começo", completou.
Depois da crise deflagrada na semana passada, que culminou no caos em aeroportos de todo o País, o Ministério Público do Trabalho abriu uma investigação sobre as denúncias de condições inadequadas de trabalho dos controladores de vôo. Na primeira reunião para colher informações, nesta segunda-feira (6), Correia de Mello também se ofereceu para participar da intermediação de um acordo entre Anac, Infraero e trabalhadores.
O procurador contou que até o início do movimento, não havia chegado nenhum tipo de reclamação de trabalhadores sobre as condições inadequadas de trabalho. "Mas não está descartada a realização de inspeções", disse. Ele observou, porém, que o assunto é bastante delicado e exige uma investigação detalhada. Ele adiantou que vai solicitar informações complementares ao comando militar. "Se percebermos que as condições não são adequadas podemos tomar alguma outra decisão." Tal tarefa será mais fácil no caso dos estatutários. No restante, disse, será preciso uma análise mais cuidadosa.