Movimentos sociais protestam contra livre comércio entre Mercosul e Israel

Brasília – Representantes de vários movimentos sociais, dentre eles, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), fizeram hoje (20) uma manifestação contra a assinatura de termos preliminares do acordo que prevê a criação do Tratado de Livre Comércio entre o Mercosul e o Estado de Israel.

Os termos preliminares foram firmados em dezembro de 2005, em Montevidéu. O tratado deverá ser um dos temas da 30º reunião dos presidentes do Mercosul, que começou hoje em Córdoba, na Argentina. Além do Brasil, fazem parte do bloco econômico a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e a Venezuela, que ingressou no bloco no último dia 4.

Segundo Marina dos Santos, da direção nacional do MST, esse tipo de acordo beneficia apenas empresas multinacionais e bancos, além de fortalecer a disputa econômica e cultural entre os povos.

?Primeiro é preciso matar a fome do povo brasileiro. Temos que produzir primeiro para o mercado interno e, em um segundo plano, pensar nas exportações de alimentos. Nesse tipo de acordo o que está em primeiro plano são os lucros das grandes empresas multinacionais e dos bancos?.

Para a embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, o tratado faz parte de uma pauta de interesses do Mercosul. ?A idéia é ampliar os laços de comércio exterior, não só de Israel, mas da parte do Brasil. É a possibilidade de exportadores brasileiros chegarem a Israel?.

Segundo ela, o acordo não representa perigo às empresas brasileiras. ?Israel é muito menor que outros blocos econômicos. A população de Israel é de sete milhões de habitantes?, observou. ?Ao mesmo tempo, queria dizer que cada israelense importa mais de US$ 6 mil a cada ano. Então, tem um potencial enorme de exportação para do Brasil para Israel. Acho que existe mais interesses, mas vantagens para o Brasil com este acordo?.

O protesto, ocorrido em frente à embaixada de Israel, em Brasília, também foi para prestar solidariedade aos palestinos que também estão alvo dos ataques de Israel. Uma peça teatral encenada por crianças e representantes do MST criticou os ataques israelenses ao sul do Líbano.

?É uma forma de protestar contra a omissão da ONU [Organização das Nações Unidas] em relação aos ataques e também contra a falsa promessa de paz Israel?, afirmou o coordenador de Teatro e Cultura do MST do Distrito Federal, Agostinho Reis.

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