Um grupo de professores universitários e de militantes de movimentos negros entregaram um manifesto aos presidentes da Câmara e do Senado pedindo o fim das cotas raciais em universidades e a revisão do Estatuto da Igualdade Racial. Eles defendem que, em vez de acabar com a discriminação racial, as mudanças vão terminar por acentuá-las. Os manifestantes alegam no documento que o estatuto passará a definir os direitos da pessoa com base na cor da sua pele, prática "cujas tentativas já foram dolorosamente condenadas pela história".
Na avaliação de José Carlos Miranda, integrante do Movimento Negro Socialista, tais projetos contrariam a igualdade jurídica de todos os cidadãos. "A melhor forma de corrigir as injustiças sofridas pelos negros é garantir acesso a serviços públicos de qualidade a todos os cidadãos, sejam negros ou não", alertou.
Renan Calheiros (PMDB-AL)concordou que serão necessárias mais discussões sobre os projetos das cotas e do estatuto, "para evitar que eles provoquem novas divisões na sociedade". Já o deputado Aldo Rebello (PCdoB-SP) disse que é preciso entender melhor como se dá a prática de racismo no Brasil para a adoção de políticas adaptadas à realidade nacional.