Brasília – Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), dos Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e dos Pequenos Agricultores (MPA) saíram na manhã deste sábado (15) do município de Abunã, em Rondônia, em direção à capital Porto Velho. Eles participam da Marcha pela Vida, que tem como mote "Água e energia não são mercadoria?. Protestam contra a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, projetada no complexo do Rio Madeira, segundo maior rio da Bacia Amazônica.

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De acordo com a coordenadora-regional dos MAB de Rondônia, Estefânia Monteiro Rocha, cerca de 500 pessoas participam. A previsão é que os manifestantes cheguem a Porto Velho no dia 26. Rocha explica que, durante o percurso de 210 quilômetros, eles vão passar pelos municípios de Mutum-Paraná e Jaci-Paraná, assim como pela Universidade Federal de Rondônia.

?A idéia é que em cada um desses lugares eles fiquem por um dia para discutir com a população questões relacionadas à construção das hidrelétricas e o preço da energia?, explicou a coordenadora, em entrevista à Agência Brasil. Segundo ela, os participantes também vão debater a criação de uma tarifa social para a população que consome até 200 quilowatts-hora por mês.

Estefânia Monteiro Rocha estima que aproximadamente 3.500 famílias seriam afetadas pela construção das duas hidrelétricas. De acordo com ela, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ainda não se manifestou sobre estudo de impacto ambiental apresentado pelo consórcio Furnas e Odebrecht, responsáveis pela construção.

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?O estudo deveria abranger toda a bacia do Rio Madeira, mas trata apenas do rio, deixando de lado, além de uma avaliação do impacto que será causado às populações ribeirinhas, a citação de espécies de peixes que vivem no rio?, diz. A construção das duas usinas está orçada em R$ 20 bilhões. Juntas, elas deverão gerar 6.450 megawatts, mais de metade da potência da Hidrelétrica de Itaipu, a maior do país.

A coordenadora do MAB disse também que a população não está sendo consultada, apesar de Furnas ter realizado reuniões participativas em maio e abril para ouvir os ribeirinhos. ?Furnas não estava interessada em saber a opinião da população, parecia mais interessada em impor. Eles chegavam com questionários extremamente complicados para que a população ribeirinha, que é formada por pessoas com baixa escolaridade, respondesse?.

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