O deputado estadual Rafael Greca anunciou nesta quinta-feira (14) a criação de um movimento popular, que está reunindo as principais lideranças políticas e empresariais do Paraná, para lutar contra a federalização dos portos de Paranaguá e Antonina. É mais um reforço em defesa da manutenção dos terminais marítimos paranaenses sob a administração do governo do Estado.

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O movimento, chamado de ?o porto é nosso?, pretende realizar um ato público no próximo dia 30 em Paranaguá, município que, um dia antes, estará completando 357 anos de emancipação política e administrativa.

?Portanto, faz mais de três séculos que o Porto de Paranaguá é do Paraná e continuará sendo?, disse Greca, lembrando que foi justamente naquela cidade portuária que surgiu a primeira insurreição dos paranaenses contra a Província de São Paulo. ?E tudo isso porque o governador da Província queria fechar o porto. Os paranaenses, liderados pelo sargento Bento Viana, se rebelaram e conseguiram manter o porto aberto?, acrescentou.

Para Rafael Greca, a federalização é o primeiro passo para a privatização dos portos paranaenses. ?Não podemos deixar que o melhor porto público do Brasil seja privatizado. O porto de Paranaguá possui alta produtividade (menor tempo de navio no porto e na barra), menor tarifa (R$ 3,34/tonelada), melhores índices de competitividade do Brasil nos terminais de contêineres de exportação de grãos e de cargas em geral, segundo lugar em arrecadação de divisas (R$ 156 milhões) e foi o único porto brasileiro a pedir licenciamento ambiental de todas as suas instalações?, relaciona.

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Ele lembra que a receita cambial do porto, que era de U$ 4,1 bilhões em 2002, subiu para US 8,4 bilhões no ano passado. ?O porto tem hoje mais de R$ 190 milhões em caixa. Portanto, não vejo motivo algum para a federalização, muito menos para a privatização. Preocupa-nos ainda a denúncia de que querem cobrar R$ 440 milhões pelas obras do cais oeste, quando o governador Requião já garantiu que faz a obra por R$ 140 milhões. Quantas creches, casas populares, escolas daria para construir com esses R$ 30 milhões??, questiona.

Greca espera que o movimento popular consiga sensibilizar as lideranças políticas, empresariais, sindicais, entidades de classe e formadores de opinião para o absurdo que é a proposta de federalização dos portos do Paraná. E destaca que o projeto em questão ?foi votado com três deputados presentes, no apagar das luzes de uma sessão da Câmara, traumatizada com as denúncias do ?mensalão?. É um absurdo ver que deputados eleitos no Paraná queiram restringir a ação do governo do Estado. O governador Roberto Requião pode ser um adversário temido, mas seu mandato passa e o porto permanece?, concluiu.

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