Brasília – O Movimento Orgulho Autista Brasil pretende reunir pais e profissionais da educação neste ano para discutir propostas de convivência com crianças autistas. Além disso, está programado para o primeiro semestre um encontro nacional em Brasília para debater as dificuldades que essas crianças enfrentam no convívio familiar e na escola. As informações são do presidente do movimento, Fernando Cotta, que deu entrevista nesta terça-feira (20) à Rádio Nacional.
Cotta acrescentou ainda que existe uma lei no Congresso que dá direito à criança um acompanhamento pedagógico especializado, mas que ainda não está em vigor. O autismo é um distúrbio de comunicação que compromete a socialização e a imaginação do indivíduo. De acordo com ele, de cada 500 crianças que nascem, uma é autista; e a cada cinco crianças com autismo, quatro são meninos.
Em geral, o transtorno se manifesta, em graus variados, até os 3 anos de idade. Como não existe um exame que detecte o autismo e nem há diferenças biológicas que o caracterizem, os pais e até mesmo os médicos têm dificuldade para diagnosticá-lo. "Dificilmente se encontra alguém que consiga identificar o autismo em primeira mão?, comentou Cotta. Segundo ele, o Movimento Orgulho Autista Brasil reivindica também que o Ministério da Saúde capacite médicos ? com cadeiras específicas nas universidades, por exemplo ? para essa identificação.
Fernando Cotta alertou para que os pais para fiquem atentos a sintomas que indicam o autismo: dificuldade de comunicação e de contato visual olhando as pessoas nos olhos, o que acaba comprometendo a socialização da criança. ?Gostar de girar objetos, não detectar situações de perigo, não sentir dor e rejeitar carinho também são características do comportamento de quem tem o problema?, disse.
O presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil acrescentou que existe na rede de saúde atendimento gratuito para o autismo, embora ainda não seja na quantidade e na qualidade necessárias.