Movimento coloca em dúvida “critério científico” da CTNBio

O movimento "Campanha Livre de Transgênicos" denunciou nesta terça-feira (24) o "embasamento técnico" da CTNBio que autorizou a importação de milho transgênico da Argentina. A nota destaca que a "ausência de evidência de risco" sempre foi usada como "sinônimo de segurança" para o lobby pró-transgênicos promover seus produtos. Aqui essa história colou, tanto é que a nova Lei de Biossegurança requer processos sumários de avaliação de riscos para a liberação comercial de um organismo transgênico. Não fosse assim, a CTNBio, após avaliação científica, não teria concluído em seu parecer técnico que justificou e autorizou a importação de milho transgênico da Argentina e que "não há indicações de que os grãos de milhos geneticamente modificados, comercializados mundialmente, objeto deste parecer, tenham efeitos danosos quando usados como alimentos em ração animal". E agora, o que fazer com a confirmação de dano à saúde causado pelo milho Bt? Quanto vale essa ciência de cientista lobista?"

E alerta: "um agricultor que planta uma variedade transgênica é obrigado a assinar um acordo para usar sementes patenteadas. Da mesma forma, pesquisadores, sejam eles de uma universidade ou de uma empresa pública de pesquisa, devem estabelecer um contrato com a empresa para estudar as plantas patenteadas. Entre as cláusulas está a garantia da manutenção do sigilo dos resultados dos testes apresentados pelas empresas produtoras de transgênicos, chamada de "confidencialidade da informação", prática também adotada pela CTNBio. O jornal britânico Independent teve acesso a informações confidenciais da Monsanto, dando-nos uma idéia do tipo de informação que é mantida em sigilo sob a alegação da defesa de interesses comerciais."

Finaliza ressaltando: "ainda mais grave que a informação sobre o dano causado pelo consumo de milho transgênico é imaginarmos o que mais podem nos revelar os arquivos da Monsanto e daqueles que obtiveram licença para pesquisar organismos com patentes da empresa. De sigilo em sigilo é construída a "ausência de evidência de riscos".

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