Após terminar com a greve desta terça-feira (10), motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba solicitaram uma audiência com o prefeito Rafael Greca para tratar dos constantes atrasos salariais no transporte público de Curitiba. O ofício foi encaminhado ao gabinete do prefeito pelo Sindimoc, sindicato que representa a categoria, logo após a assembleia dos funcionários da São José Filial que determinou o fim da paralisação, por volta das 16 h. No documento, a categoria vai cobrar uma solução de Greca para os atrasos, constantes nos últimos três anos. A prefeitura confirma que fará a audiência, mas ainda não tem data – antes, a nova gestão do município quer definir a nova diretoria da Urbs, empresa municipal que gerencia o transporte público.

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Nesta terça, cerca de 2 mil trabalhadores das empresas São José Filial e CCD entraram em greve pelo não pagamento do salário de dezembro. No fim da manhã desta terça, motoristas e cobradores da CCD aceitaram a proposta patronal e retornaram ao trabalho. Os da São José Filial encerraram a paralisação às 16h, após assembleia.

Durante a manhã, 64 linhas operadas pelas duas empresas ficaram paralisadas. Nos ônibus das linhas da CCD, a greve acabou com a promessa de que 80% do salário da categoria seria depositado ainda nesta terça. Já os funcionários da São José Filial aceitaram o acordo ter 35% do salário atrasado pago ainda nesta terça e mais 25% na quarta-feira (11).

Foto: Giuliano Gomes

Desequilíbrio

De acordo com o Setransp – sindicato patronal que representa as empresas de transporte -, os pagamentos da Urbs destinados a cobrir os custos da operação estão em dia. A Urbs é quem gerencia o transporte coletivo na capital. Entretanto, a entidade afirmou que a causa do atraso nos salários dessas empresas está no descompasso entre a quantidade de passageiros projetada pela Urbs e a efetivamente realizada.

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Desde o início do contrato, a Urbs projeta uma quantidade de passageiros menor do que a transportada na prática. É com base nessa projeção que é calculada a tarifa técnica: quanto maior a demanda, menor o valor da tarifa repassada às empresas por passageiro.

A entidade patronal tem chamado a atenção para esse desequilíbrio no cálculo que define a tarifa técnica desde o início do contrato. Foi no ano passado, entretanto, que o Setransp passou a a reclamar desse problema de forma mais veemente. Entre março e dezembro de 2016, por exemplo, a diferença entre o projeto e o realizado foi de 12 milhões de passageiros a menos. As empresas sustentam que isso causou uma perda acumulada de R$ 45 milhões no período.

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Em nota, o Setransp informou que as empresas São José Filial, CCD e Tamandaré Filial estão buscando resolver o problema o mais rápido possível e que a paralisação afetava apenas duas dessas empresas: a São José Filial e na CCD. Por volta das 9h30, de acordo com o sindicato, havia 64 linhas inoperantes: 28 da São José Filial e 36 da CCD.

Em nota, a Urbs ressalta que a empresa está “rigorosamente em dia” com os repasses do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) .

Sobre as críticas do Setransp relacionadas às projeções equivocadas de passageiros, a Ubrs destacou que as empresas do transporte coletivo são remuneradas de acordo com o que determina o contrato, constando riscos contratuais assumidos. Disse também que cobrará providencias do Consórcio Pioneiro do qual as duas empresas fazem parte e que avalia a operação seja normalizada até o fim da tarde.

Foto: Giuliano Gomes