Uns cem motoboys se concentraram ontem no Centro Cívico para protestar. |
O Sindicato dos Trabalhadores, Condutores de Veículos, Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana realizou ontem, no final da manhã, uma manifestação nas proximidades da Prefeitura, no Centro Cívico. Cerca de cem motoboys se reuniram para reclamar das mudanças no anel central da cidade, onde não é mais permitido estacionar motos em locais de EstaR. As novas regras foram implementadas no final do mês de outubro. Estão em atividade, em Curitiba e região metropolitana, cerca de 14 mil motoboys.
Segundo o presidente do Sindicato, Tito Mori, na última semana, a entidade protocolou na Prefeitura um documento pedindo uma reunião com o prefeito Cássio Taniguchi. Porém, não teve resposta. Tito conta que os motoboys estão muito insatisfeitos com a mudança e acreditam que a Prefeitura tomou uma decisão precipitada, sem pensar no quanto está prejudicando a categoria.
“Agora, queremos que o prefeito Cássio Taniguchi ache uma solução para o nosso problema, pois, além de não podermos mais parar em locais de EstaR, faltam estacionamentos para motos no centro da cidade”, afirma. “Depois que as mudanças foram adotadas, muitos motoboys já foram notificados por parar em locais de EstaR e, em breve, começarão a ser multados. É um absurdo!”
O representante sindical afirma que os motoboys prestam um serviço de grande importância à sociedade – entregando remédios, alimentos, gás, água mineral, entre outras coisas -, mas estão sendo discriminados. “Um carro médio estacionado ocupa o mesmo lugar que quatro motos. Queremos áreas de estacionamento relativas as dos automóveis, pois nosso trabalho está sendo bastante prejudicado, assim como todas as pessoas que dependem de serviços efetuados por motoboys.”
Os manifestantes revelam que é raro uma motocicleta ficar parada por mais de dez ou quinze minutos em algum lugar. Os motoboys só descem para descarregar e logo vão embora. “Fazemos paradas rápidas e acreditamos que a proibição vá prejudicar a agilidade das entregas, tornando nosso trabalho menos eficiente”, comenta o motoboy José Paulo de Moraes, há dois anos na profissão. “Como os estacionamentos para motos são distantes um dos outros, também temos medo que nossos veículos sejam roubados, se nos afastarmos demais para entregar as mercadorias.”
Falta de vagas
A Prefeitura de Curitiba, através de sua assessoria de imprensa, informa que as medidas foram adotadas para resolver o problema dos carros, que “muitas vezes não tinham onde estacionar no centro da cidade, devido às motos que, sem precisar pagar EstaR, estacionavam em qualquer lugar e de forma irregular.”
A assessoria garante que, até o final do mês, a Diretran irá concluir uma nova sinalização, que irá criar 139 áreas de estacionamento exclusivas e gratuitas para motos. “Com os novos espaços, o anel central e os bairros com EstaR terão 193 endereços, para que as motos possam ser estacionadas sem prejuízos para os motoristas.” A partir de dezembro, os motoboys que pararem seus veículos em áreas de EstaR serão multados em R$ 53,20 e irão perder três pontos na carteira de habilitação.