Em Curitiba e Região Metropolitana, cerca de 20 mil motoboys trabalham sem carteira assinada. São, ao todo, 600 empresas clandestinas que gerenciam esse serviço. Os dados são da Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Promoção Social (SETP) e do Sindicato dos Condutores de Veículos, Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana (Sintramotos).
Na tentativa de mudar esse quadro, o governo do Paraná lançou a campanha “Trabalho sem carteira assinada não é legal”. “Desde o início da campanha, em janeiro de 2008, já tivemos um aumento de 8% dos motoboys com carteira assinada”, conta o presidente do Sintramotos, Luciano Marques da Silva.
Para Silva, o risco é muito grande para aqueles que não trabalham regulamentados. “Sem o registro, o trabalhador não tem qualquer benefício por parte do governo. Caso sofra algum acidente e tenha que ser afastado do trabalho, as empresas os substituem na mesma hora, deixando o trabalhador muitas vezes sem perspectiva”, complementa.
“Acredito que seja muito melhor trabalhar com carteira assinada. Temos auxílio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), seguro de vida e muitas outras garantias para nós e nossas famílias. Como autônomo, meu salário era maior, mas depois que me regulamentei tenho garantido meu salário todo final de mês. Isso me traz muita tranqüilidade”, opina o motoboy Sidney Roberto Kruger.
O coordenador de Estudos, Pesquisas e Relação do Trabalho da SETP, Núncio Mannala, acredita que estar regulamentado é um benefício que todos os motoboys devem buscar. “Além das garantias, o trabalhador também deixa de contribuir para a marginalização da classe.”