Morto em Educandário de Foz do Iguaçu tinha inimigos externos

A vida pregressa do jovem morto na rebelião desta segunda-feira (31) no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciaadi), de Foz do Iguaçu, pode ter sido a causa de sua execução com estoque (objeto de ponta) por companheiro(s).

De acordo com a diretora da unidade, Ida Maria Muller, havia preocupação em transferi-lo para outra cidade quando fosse libertado para evitar que fosse morto. ?Ele recebia muitas ameaças. Não poderia permanecer em Foz?, observou. O jovem estava privado de liberdade por homicídio e envolvimento com drogas.

O que não se esperava, segundo a diretora, é que fosse executado dentro do Educandário. A verdadeira causa e o autor ou autores da execução ainda não são conhecidos. Estão sendo investigados. ?Ele tinha liderança no grupo, às vezes positivas ou negativas, e isso poderia incomodar outras pessoas em alguma situação externa?, desconfia Ida, que notava no jovem um comportamento diferente. ?Ultimamente, estava bem, participava de atividades educativas e até havia sido liberado para ir a um circo?, contou.

Reivindicações

A rebelião não teve motivação de fuga, na avaliação da polícia, tanto que os internos não tentaram deixar a unidade. Foram apenas de reivindicações, entre elas a de receber cigarros, o que não é permitido, e de maior tempo para visitas e telefonemas. Nesta terça-feira (01), na unidade, foi um dia para se saber sobre a real situação. ?Muitos deles não participaram de nada, nem quando foram soltos?, constatou a diretora.

Sobre os danos materiais, as câmeras de monitoramento foram as primeiras destruídas. Também quebraram lâmpadas, cadeados, portas e sanitários. No dia da rebelião havia 113 internos, sendo 48 da ala que se rebelou. ?Nesse grupo, eram treze líderes, mas foram cinco os cabeças da revolta?, apurou Ida, com a ajuda da polícia.

?Desde o início da rebelião estiveram presentes a Polícia Militar, a Polícia Civil, um juiz e um promotor. Tivemos apoio grande. Se houvesse uma ação diferente, poderíamos provocar outras perdas?, analisa a diretora, sobre a negociação com os rebelados, que estavam armados de estoques e tinham dois funcionários como reféns. ?Não poderiam agir de imediato, poderia ser maior o número de vítimas. O que aconteceu não pudemos evitar?, lamentou a diretora.

Além do jovem, que foi velado pela família e enterrado nessa terça-feira, outros três foram feridos, medicados e já voltaram para a unidade.

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