Estudo divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que as mortes provocadas por acidentes de trânsito aumentaram 9% em três anos. Em 2005, os registros de óbitos chegaram a 35.753, três mil a mais do que o registrado em 2002: 32.753. O trabalho, conduzido pela Secretaria de Vigilância em Saúde, constata que houve uma reversão de tendência de queda dessa causa de morte, registrada a partir de 1998, quando o entrou em vigor o novo Código de Trânsito Brasileiro.
Os números mostram que, entre adolescentes, os acidentes de trânsito já ocupam a segunda causa de morte, perdendo apenas para homicídios. Em 2005, 3.976 pessoas entre 10 e 19 anos morreram no trânsito.
Especialistas atribuem o aumento ao consumo de bebidas alcoólicas, alta velocidade, falta de uso do cinto de segurança e, no caso de motos, a falta de uso de capacetes. As condições inadequadas de rodovias e vias públicas também são apontadas como fatores de risco para os acidentes. Analistas também atribuem esta tendência de aumento ao aumento de uso de motos, sobretudo nos municípios menores.
A análise do ministério detectou que nas cidades de menor porte houve um aumento expressivo do número de casos. Entre 1990 e 2005, cidades com menos de 100 mil habitantes tiveram um aumento de 72% nas taxas de óbito por acidentes.
As faixas etárias mais afetadas foram as dos 20 aos 39 (45%) e dos 40 aos 59 anos (26%), totalizando 25.375 óbitos entre os 35.753 registrados em 2005. Do total de mortes nessas faixas, 85% (cerca de 21.529 óbitos) ocorreram entre homens. Em 2006, foram registrados no Sistema Único de Saúde 123.061 a vítimas de acidentes. Para atendimento destes pacientes, foram gastos R$ 118 milhões. A maioria das internações (41.517) ocorreu por atropelamentos, seguidos pelos acidentes com motociclistas (34.767).
