Em entrevista à Rádio Nacional, o professor de Departamento de Direito Internacional da Universidade de Brasília, Ronaldo Paixão, falou sobre a morte do brasileiro, Jean Charles de Menezes, assassinato na última sexta feira (23) em Londres por agentes da polícia metropolitana local. O episódio, segundo ele, "não trará abalos nas relações diplomáticas entre o Brasil e o Reino Unido, pois o mundo hoje é muito unido em termos globais contra as ações terroristas".

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O que o mais chocou foi o grau de brutalidade da polícia no assassinato. "São duas coisas chocantes, uma é a brutalidade e o despreparo das policia britânica, e a outra é reação de apoio às autoridades, afirma. Menezes morava há cinco anos na Inglaterra onde trabalhava como eletricista. Foi morto por engano com sete tiros na cabeça e um no ombro, em Londres, ao ser confundido com um terrorrista.

"Faltou apoio das autoridades britânicas no caso. Essa é uma ação que foi desastrosa, que tinha que ser deplorada e lamentada, com todas as palavras, e a reação britânica ficou longe disso."

O professor disse ainda que a avaliação de perfil de raça, geralmente feita pelas polícias dos países da Europa, determinou os disparos. "A polícia da maioria da Europa identifica os suspeitos pelos traços físicos ou sua religião. Portanto, uma pessoa que possui os cabelos louros e os olhos claros é bem menos visada", analisa.

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Segundo o professor, a punição dos executores é mais difícil, pois apenas cumpriram ordens. "Se houver uma situação de um suposto terrorista com uma bomba, a policia britânica está autorizada para atirar para matar. Eles cumpriram uma ordem do superior."

O corpo do brasileiro já está no Brasil e será velado durante todo o dia na Igreja Matriz na cidade de Gonzaga (MG), localizada a 80 quilômetros de Governador Valadares. E será enterrado amanhã (29) às 15 horas, em Gonzaga (MG), cidade onde vive a família dele.

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