Um dos principais arquitetos do brutal regime instalado pelo Khmer Vermelho no Camboja na década de 1970, Ta Mok, morreu hoje em um hospital de Phnom Penh, a capital do país. Sua morte causou desânimo entre os grupos que ainda tinham a esperança de vê-lo enfrentando a justiça por sua participação nas atrocidades perpetradas pelo Khmer Vermelho, partido comunista que apoiava o governo de Hanói, capital do Vietnã, durante o conflito com os EUA

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Estima-se que as políticas extremistas do grupo tenham provocado a morte de 1,7 milhão de pessoas entre 1975 e 1979 por causa de fome, excesso de trabalho e doenças ou em atos de execução sumária. A morte de Ta Mok ocorre em um momento no qual começava a entrar nos trilhos um processo apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que os líderes do Khmer Vermelho fossem levados a julgamento

Ta Mok, com idade estimada em 80 anos, e cujo nome verdadeiro é Ung Choeun, foi transferido da prisão para o hospital no mês passado ao apresentar sintomas de pressão alta, tuberculose e complicações respiratórias. Ele oscilava entre o coma e a lucidez desde a semana passada

"Isso é muito triste. Ultrajante", comentou Youk Chhang, diretor do Centro de Documentação do Camboja, um grupo independente que investiga os crimes atribuídos ao Khmer Vermelho. "Muita gente pode ter ficado feliz com isso, mas certamente não as vítimas que há tanto tempo esperam por justiça", concluiu

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No início de julho, juízes e promotores cambojanos e estrangeiros foram empossados pelo tribunal da ONU. O início dos julgamentos está previsto para 2007. Os promotores indicados pela ONU e pelo governo do Camboja trabalham atualmente na coleta de evidências

"É uma pena para as vítimas do Khmer Vermelho que a morte tenha roubado tanto de suas vidas e agora roube delas uma chance de se fazer justiça", disse Jeff Daigle, porta-voz da Embaixada dos Estados Unidos em Phnom Penh

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