A morte do porteiro José Pereira de Lima, 45, no último sábado, colocou autoridades da saúde em alerta. Lima era morador de Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, e estava internado no Hospital de Clínicas, em Curitiba, desde a última terça-feira, com suspeita de leptospirose. A família da vítima acusa a prefeitura municipal pela morte, já que o pedreiro teria se contaminado durante enchente que atingiu a cidade recentemente. A suspeita, no entanto, ainda não foi confirmada. O resultado do exame do Laboratório Central da Secretaria Estadual da Saúde (Lacen) deve sair esta semana.

O secretário de Saúde de Colombo, Helder Luiz Lazarotto, explica que a leptospirose é uma doença de notificação obrigatória, e que o HC ainda não teria feito a notificação. “Por enquanto, estamos tratando apenas como caso suspeito”, afirmou Lazarotto. Em março, o município registrou 14 casos de suspeita da doença. Um deles já foi descartado, segundo o secretário, e até agora nenhum foi confirmado.

Sintomas

De acordo com o secretário de Saúde, os sintomas da doença são parecidos com os de uma gripe forte, como dores musculares, mal-estar geral, dor na panturrilha e icterícia (amarelamento da pele), em uma fase mais avançada. É transmitida por água contaminada com a urina do rato. A prevenção pode ser feita lavando-se bem utensílios domésticos, não tendo contato com água de enchente e tomando cuidado com o lixo, já que entulhos propiciam a proliferação de ratos. O tratamento é feito normalmente com antibióticos, e o risco de morte pode surgir se a leptospirose estiver associada a outro tipo de problema, como deficiência nutricional.

De acordo com assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde, há 29 casos de leptospirose confirmados no Paraná. A maioria deles (26) está localizado em Curitiba e Região Metropolitana. Sete pessoas morreram vítimas da doença, no período de janeiro a março deste ano. Apesar dos números, a secretaria afirma que não se trata de um surto. (Lyrian Saiki)

Pneumonia atípica preocupa Norte

Em caráter preventivo, o setor de epidemiologia da 15.ª Regional da Saúde pede que a população dos municípios da região de Maringá se mantenha atenta a casos em que possa haver suspeita de pneumonia atípica. Embora não tenha sido registrada nenhuma ocorrência em solo brasileiro, as autoridades sanitárias paranaenses consideram fundamental uma maior atenção por parte das pessoas em função da proximidade com o Paraguai. O país recebe considerável fluxo de viajantes procedentes da Ásia, continente onde a doença vem se expandindo rapidamente.

Conhecida como síndrome respiratória aguda grave, esta forma de pneumonia apresenta sintomas como febre acima de 38ºC, tosse seca, calafrios, dor muscular, fadiga e dificuldade para respirar. A médica Norico Misuta, da 15.ª Regional de Saúde, em Maringá, lembra que a forma de transmissão mais provável é a direta, em pessoas que tiveram contato íntimo com os pacientes.

Existe um fator agravante: antibióticos e antivirais não são suficientes para controlar a doença. A maior incidência é entre adultos, incluindo equipes médicas que prestaram assistência. Pacientes suspeitos são submetidos a isolamento respiratório e a barreiras respiratórias.

Em três a quatro dias, a doença evolui para dispnéia, dificuldade em respirar. Em 80% a 90% dos casos, ocorre significativa melhoria a partir do sexto dia. Porém, entre 10% e 20% das ocorrências, há o agravamento do quadro clínico, ocorrendo insuficiência respiratória aguda. A pessoa sofre com quadro de síndrome de angústia respiratória. Há necessidade de entubação e ventilação mecânica.

A 15.ª Regional recomenda às secretarias municipais de saúde para manutenção do estado de alerta na rede de vigilância epidemiológica do SUS, visando ser detectado de maneira precoce qualquer caso suspeito. A médica Misuta adverte para “atenção redobrada” quando houver aumento inusitado de atendimentos por infecção respiratória, especialmente na rede hospitalar.

continua após a publicidade

continua após a publicidade