Morre, no Rio de Janeiro, o jornalista Hélio Contreiras

Morreu na madrugada desta terça-feira (14), no Rio de Janeiro, o jornalista carioca Hélio Contreiras, de 67 anos, considerado um dos maiores especialistas na cobertura da área militar do País, na qual começou em plena ditadura, tendo permanecido ligado a ela praticamente até a morte. Repórter da sucursal carioca do Estado de S. Paulo e do Jornal da Tarde nos anos 90, Contreiras chegou a cursar sociologia no fim dos anos 60, na França, onde foi correspondente do "Correio da Manhã", mas não concluiu o curso. De volta ao Brasil, passou por O Globo e também pelas revistas Manchete e Isto É, além do Estado e do JT. Seus últimos trabalhos foram para a revista eletrônica ScenariosBrasil.com, que editava, além de colaborações free-lancer.

Contreiras teve atuação destacada no caso Fernando Collor, em 1992, com o furo da renúncia do ex-presidente – que assim tentava escapar da punição do Supremo Tribunal Federal (STF) -, além de ter confirmado, com documentos, as conspirações preparadas em 1984 pela linha dura militar contra a posse do presidente oposicionista civil Tancredo Neves, que significaria o fim do regime de exceção. Com amplo acesso a fontes militares, especialmente do período autoritário, quando trabalhou em Brasília, escreveu os livros "Militares: confissões – histórias secretas do Brasil" (Editora Mauad, 1998) e "AI-5 – A opressão no Brasil" (Editora Record, 2005). Apesar da especialização, também escrevia sobre outros assuntos, como política.

Há cerca de três meses e meio, Contreiras teve diagnosticado um câncer de vesícula. Depois de dois meses de internação, foi liberado. "Meu pai não tinha perspectiva de tratamento", disse, ao Estado, Henrique Contreiras, filho do jornalista – que era viúvo e deixou mais duas filhas, Irene e Inês. Com a saúde debilitada, Contreiras voltou para sua residência, em Copacabana onde vivia. Hoje, seu estado se agravou, e a família decidiu removê-lo para o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão. O jornalista, porém, morreu no caminho. Foi enterrado no Cemitério de São João Baptista, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro.

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