Moradores de Gonzaga protestam contra morte de brasileiro em Londres

Em Gonzaga (MG), hoje foi dia de manifestação pelo assassinato do eletricista Jean Charles de Menezes. Os moradores da cidade, que tem apenas 6 mil habitantes (metade na zona rural, onde vivem os pais do rapaz, pequenos agricultores), se uniram no luto e repúdio ao chamado "erro" da polícia londrina. Eles usaram uma fita preta e levaram cartazes para a praça principal.

Um carro de som passou o dia anunciando o ato e convocando a população. Como em todo município do interior do Brasil, os moradores se conhecem e têm laços de parentesco ou amizade. Eles se solidarizaram com a dor dos parentes de Jean, que tinha 27 anos, e cobraram providências do governo inglês. "A cidade está toda de luto. Não é possível primeiro matar e depois identificar

como eles fizeram", afirmou o prefeito, Julio Maria de Sousa, que, no último sábado, recebeu a missão de dar a má notícia à família. Ele teve o cuidado de levar uma médica consigo, uma vez que a mãe de Jean é cardíaca.

"Fazemos questão de mostrar para o mundo todo que estamos indignados com o que a polícia britânica fez", disse Ana Lúcia Silva, funcionária da prefeitura. O irmão de Jean, Geovani, que mora no Estado de São Paulo, era aguardado para participar do protesto. Os pais e a avó, não, já que estão muito abalados e não têm saído muito de casa.

O prefeito considera que os familiares precisam ser indenizados pela perda que sofreram. "O rapaz morreu, não vai voltar. Mas a família é muito pobre e precisa ser ajudada. Ele foi para lá justamente para isso". Segundo as contas da prefeitura, cerca de 1.500 cidadãos de Gonzaga imigraram para a Europa e os Estados Unidos – como Jean, em busca de oportunidades de emprego e de uma vida melhor.

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