Campinas 20 (AE) – Moradores e integrantes do Comitê de Solidariedade às Vítimas de Áreas Contaminadas protestaram hoje na frente da Companhia de Tecnologia em Saneamento Ambiental (Cetesb) em Campinas, a 90 quilômetros de São Paulo para exigir uma solução definitiva para o Aterro Mantovani, em Santo Antônio de Posse. Os vizinhos do aterro pediram a "retirada imediata" do lixo tóxico – 326 mil toneladas conforme laudo apresentado pela Cetesb.
Pelo menos 30 pessoas participaram do protesto, que começou por volta das 9h20. A Cetesb já recomendou a retirada total dos detritos do aterro, que recebeu lixo químico de 75 indústrias, 62 delas identificadas, entre 1974 e 1987, quando foi interditado pela Cetesb por causa da contaminação do solo. Em 2001, verificou-se que a contaminação havia atingido o lençol freático, ameaçando os rios da região. Os R$ 6 milhões consumidos de 2001 até hoje foram rateados por 48 das 62 indústrias. As outras estão sendo acionadas judicialmente. Cerca de 40 moradores de três sítios vizinhos à área contaminada recebem água potável porque não podem usar seus poços.
No protesto de hoje, os manifestantes exigiram ainda que seja fornecida água também para os moradores do Sítio São José. A Cetesb afirmou que a água do poço do São José não está contaminada, mas recomendou a interdição preventiva à Secretaria Municipal de Saúde.
A secretária Maria Sueli Rocha Longhi alegou que não recebeu a recomendação e quer garantias de abastecimento antes de interditar o poço do São José. Ela comentou que está marcada para amanhã uma reunião no Ministério Público Estadual de Jaguariúna, que atende Santo Antônio de Posse, para discutir os problemas de saúde pública dos moradores do entorno do aterro, inclusive a realização de exames para verificar contaminação.