O enorme passivo social da moradia precária atinge no Brasil o expressivo contingente de 12,3 milhões de pessoas que vivem em mais de três milhões de palafitas, cortiços, favelas e outras espécies que somente com muito boa vontade poderiam ser caracterizadas como habitações humanas.
O levantamento a ser anunciado hoje em Brasília pelo Ministério das Cidades mostra um quadro desolador: a maioria das casas não possui instalações sanitárias ou energia elétrica.
A realidade fica ainda mais grave, tendo em vista que a maior proporção desse tipo de moradia espalha-se nas áreas carentes de infra-estrutura das metrópoles das regiões Norte e Nordeste. Na região Sul o problema também existe, embora um pouco menos abrangente.
Técnicos do ministério percorreram 555 regiões metropolitanas em todo o território, utilizando a mesma metodologia usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a realização do censo de 2004, a fim de evitar as costumeiras distorções.
As cidades mais afetadas são Belém, Fortaleza, Salvador e São Luís, embora as regiões metropolitanas de São Paulo e Rio ostentem mais de 1,5 milhão de moradias precárias.