Nesta quarta-feira (15), a proposta brasileira para a identificação de produtos transgênicos no comércio internacional entrou na pauta de negociações do MOP3, em Curitiba. Ao lado da Suíça, o Brasil preside o grupo de discussões que busca uma redação final para o artigo que trata da identificação de organismos vivos modificados (OVMs) no Protocolo de Cartagena.
Cópias da proposta brasileira foram distribuídas às demais delegações apenas no final da noite desta terça-feira (14). O texto defende a adoção da expressão ?contém? para cargas de OVMs em um prazo de até quatro anos ? período em que os países devem investir em logística e certificação de um sistema que garanta a identificação dos OVMs.
O estabelecimento de um prazo para a adoção da medida é o ponto da proposta que deve gerar mais discussões. ?O prazo de quatro anos naturalmente será objeto de negociação com os outros países, mas o Brasil está disposto a buscar a construção de um consenso?, afirmou o secretário-executivo do Ministério das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado. Ele aposta em uma definição sobre o assunto até esta quinta-feira (16).
A proposta apresentada pelo Brasil marcou uma mudança na postura do país, que defendia a adoção da expressão ?pode conter? na identificação de cargas de OVMs até o início do MOP3. A posição foi fortemente criticada pelo governador Roberto Requião na abertura do evento, quando ele ganhou o apoio dos ambientalistas ao lembrar que o Porto de Paranaguá não realiza o comércio de transgênicos.