Montadoras suspendem férias coletivas para atender pedidos

Embaladas pela produção recorde que será atingida este ano, de 2,44 milhões de veículos, as montadoras suspenderam ou reduziram as tradicionais férias coletivas. Para completar a meta, as empresas devem fabricar este mês 192 mil veículos. Em 2004, várias fábricas já diminuíram as folgas de fim de ano. A estratégia agora foi ampliada.

A Volkswagen não adotará férias coletivas em nenhuma das fábricas de automóveis e motores, que juntas empregam cerca de 17 mil pessoas na área produtiva. As filiais de São Bernardo, Taubaté e São Carlos (SP) e a de São José dos Pinhais (PR) vão operar normalmente. Só o pessoal administrativo ficará em casa. Em 2004, os 12 mil funcionários do ABC e os 5 mil de Taubaté tiveram dez dias de férias.

A manutenção do trabalho na fábrica do ABC, segundo a Volks, não está relacionada à greve de 17 dias ocorrida recentemente, pois parte dos dias parados será compensada aos sábados.

A General Motors, que em 2004 dispensou os 18 mil trabalhadores de São Caetano do Sul e São José dos Campos (SP) e de Gravataí (RS) por dez dias, este ano optou pelo trabalho contínuo em São Caetano para atender a demanda pelo novo Vectra, que tem fila de espera de consumidores.

Na fábrica de São José haverá parada de 26 de dezembro a 8 de janeiro. A exceção é para o pessoal da linha da picape S10, que também não será dispensado. Já a unidade gaúcha será paralisada para adequação da capacidade produtiva e preparativos da linha de montagem de um novo modelo, derivado do Celta, a ser lançado em 2007.

Pelo segundo ano a Ford não vai parar a produção em Camaçari (BA). Dos 8,5 mil funcionários do complexo, só 1,2 mil da área administrativa entrarão em férias. Já em São Bernardo a produção será suspensa por duas semanas. A Fiat dispensará os 7,5 mil operários de Betim (MG) por dez dias, como em 2004. A Scania manteve estratégia de dividir a parada em dois períodos, chamados de férias seletivas. Os 2,9 mil empregados ficarão em casa 18 dias este mês e 12 em julho.

Na Mercedes-Benz haverá três semanas de descanso para os 11 mil funcionários. Duas serão consideradas férias coletivas e uma banco de horas. Empresas de autopeças ainda não divulgaram a programação de férias, mas muitas devem acompanhar as montadoras.

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