O alto custo das sementes de soja transgênica, a baixa produtividade na colheita
e as ameaças de países importadores em barrar ingressos de produtos
geneticamente modificados estão levando os sojicultores paranaenses a descartar
a produção de transgênicos conforme indica levantamento realizado nas áreas de
cultivo de soja no Paraná pela Emater. A projeção mostra que dos 116 mil
produtores de soja no Estado, não chegará a 10% o número dos que plantarão
sementes transgênicas.
Os produtores acabaram sendo convencidos de que
poderão ter prejuízos caso plantem soja geneticamente modificada. É que o custo
da saca de semente de soja transgênica é quase o dobro da saca de semente
convencional. Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
demonstrando que a soja transgênica tem produtividade inferior a cerca de 30% em
relação à soja convencional também convenceram os sojicultores a descartar a
opção pela produção transgênica. Além disso, pesquisas de cooperativas como a
Batavo comprovaram que o custo de produção de soja transgênica é mais elevado do
que o da soja convencional.
A situação no Rio Grande do Sul também é
caracterizada pela rejeição a compra de semente transgênica certificada
desenvolvida com a tecnologia Roundup Ready (RR). Lá, os produtores gaúchos não
estão adquirindo as sementes transgênicas em razão do preço ser superior em 100%
ao da soja convencional.
Neste fim de semana, a Monsanto teve que alterar
sua estratégia de comercialização. Fechou acordo com a Associação Brasileira de
Sementes e Mudas (Abrasem), oferecendo um desconto promocional, estabelecendo o
custo dos royalties em R$ 0,74 por quilo de semente transgênica certificada. A
promoção da Monsanto, tipo de liquidação para promoção de vendas, objetiva
desencalhar os estoques de sementes de soja transgênica em função da demanda
quase nula por parte dos sojicultores.