O governador Roberto Requião prorrogou, nesta semana, o convênio entre Copel e Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), autarquia da Secretaria do Meio Ambiente, para monitoramento do nível de rios. De acordo com o presidente da Suderhsa, Darcy Deitos, a Copel utiliza estas informações para a programação de operação das suas usinas.
Pelo convênio, prorrogado por mais um ano, a Suderhsa mede o nível da água e quantidade de chuva. ?Com o monitoramento é possível saber, por exemplo, qual a vazão de determinado rio e se a água das usinas deve ser libera ou retida. O trabalho auxilia ainda em estudos de aproveitamento de energia, indicando a capacidade de geração hidroelétrica?, explicou o presidente da Suderhsa.
Deitos também contou que a autarquia também é responsável pelo armazenamento dos dados para planejamento de futuras usinas e operação de usinas existentes. Os boletins de 750 estações de monitoramento são emitidos mensalmente e ficam armazenados em um banco de dados na Suderhsa, disponíveis para a consulta pública.
O diretor de Recursos Hídricos da Suderhsa, Emílio Trevisan, informou que o Paraná conta com uma das melhores tecnologias do Brasil para monitoramento da vazão dos rios e é tido como exemplo para outros estados. ?O banco de dados hidrológicos do Paraná é um dos mais completos do país, porque recebe informações há mais de 70 anos e as mantém atualizadas diariamente?, relatou Emílio.
Uso da água
De acordo com o chefe do departamento de águas subterrâneas da Suderhsa, Osneri Roque Andreoli, este monitoramento hidrológico também auxilia no processo de outorgas de uso de água. ?Os dados exatos da vazão das bacias permitem o uso consciente da água, tanto para indústrias e empresas como para uso da população em práticas de piscicultura, irrigação e produção de energia. As outorgas apenas são emitidas a partir do conhecimento do volume de água existente?, ressaltou Andreoli.
O técnico relatou que as estações hidrométricas podem ser fluviométricas, quando medem a altura do rio ou pluviométricas, quando medem a quantidade de chuva que cai no local. ?O monitoramento é de longo prazo e a partir de dados históricos é possível analisar a tendência de acontecer enchentes ou estiagem no local. Quanto maior o tempo de observação, mais precisas serão as previsões futuras?, lembrou Andreoli.
O gerente do departamento de gerenciamento de recursos hídricos da Copel, Luiz Fernando de Arruda Gonçalves, afirmou que os reservatórios só são operados, atualmente, devido a esse trabalho de observação dos rios em tempo real. ?Ao longo dos anos, o leito do rio se modifica, portanto é extremamente importante termos o controle da vazão dos rios com freqüência. A renovação desse convênio demonstra a valorização da ação da Suderhsa no controle de cheias e estiagens e para que saibamos como manusear os reservatórios?, reforçou Gonçalves.