Foi unânime entre um grupo de quatro economistas de que este é o momento ideal para o Brasil não renovar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Após um período de mais de duas décadas, o País teria, neste momento, condições de abrir mão desta proteção, segundo o presidente do ABN Amro, Fábio Barbosa, do ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni e dos economistas Paulo Leme (Goldman Sachs) e Octávio de Barros (Bradesco).
"É o momento ideal", afirmou Barbosa, ponderando, no entanto, que, muito do que a sociedade atribui como imposição do FMI, como o aperto fiscal, é uma responsabilidade que o País deve ter.
Essa mesma opinião foi compartilhada pelos outros três economistas, que ponderaram o prosseguimento e até o avanço em relação a políticas atuais. Langoni, por exemplo, sugeriu que se avance na agenda de reformas.
O economista Paulo Leme observou que a decisão de não renovar o acordo com o Fundo, que vence neste ano, pode provocar algum estresse inicial nos mercados, que, por conveniência, prefeririam a manutenção do entendimento.
Nesse sentido, ele sugeriu que um esforço adicional na condução da política macroeconômica pode ser bem-vindo. "Este é o momento adequado. O Brasil está preparado para se desvencilhar do acordo", disse o economista-chefe do Bradesco, ao comentar a possibilidade.