Os dados estão lançados na Câmara e os candidatos a presidir a Casa, deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que deseja mais um mandato, e Arlindo Chinaglia (PT-SP), atual líder do governo, lançado por seu partido numa atitude de independência e falta de sintonia com o pensamento anterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja preferência pelo comunista alagoano era não apenas aberta, mas denotava que a questão estava liquidada.
Não foi dessa forma que o assunto se encaminhou, porém, e a candidatura Chinaglia ganhou força entre os componentes da bancada petista, além da hábil jogada do ex-presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, que em acordo proposto ao PMDB arquitetou o plano de eleger agora o petista que, em 2009, passaria o bastão para um peemedebista.
As duas maiores bancadas selaram o objetivo e o deputado Arlindo Chinaglia entrou na campanha, da mesma forma que Rebelo. Ambos deverão viajar pelo País aproveitando que os deputados passam o recesso nas bases eleitorais e somente lá podem ser encontrados. O atual presidente da Casa tentará aglutinar as bancadas do PSDB e do PFL, com o auxílio de alguns governadores de prestígio, como José Serra (SP), Aécio Neves (MG) e Luiz Henrique da Silveira (SC).
Apesar da convicção dos operadores da candidatura Chinaglia, Rebelo admite contar com os votos dos rebeldes das bancadas dos partidos que fizeram a aliança, devendo aprofundar contatos com os partidos menores, descontentes com a atuação do governo federal e não dispostos a levar água ao moinho da hegemonia PT-PMDB.
Rebelo terá pela frente o rolo compressor da coalizão armada pelo Planalto no Congresso Nacional, à qual sucumbiu mesmo o PDT, contrariando frontalmente a opinião de seus principais representantes no Senado, senadores Jefferson Peres, Cristovam Buarque e Osmar Dias.
O embate está marcado para o início de fevereiro e dominará a pauta política até lá. Aliados ontem, adversários hoje, gladiadores do corporativismo que perpassa as instituições republicanas, infelizmente os litigantes usarão recursos soprados pela esperteza e a vontade de poder. E darão pesada contribuição ao retrocesso.