Foto: Arquivo/O Estado |
Antônio Moura, do Inmet. |
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) vai investir R$ 40 milhões na modernização de sua Rede de Estações Meteorológicas de Superfície. Os recursos serão utilizados para a instalação de 420 estações automatizadas em todo o País até o próximo ano. Atualmente, o instituto possui 370 estações operadas manualmente e 70 automatizadas. ?A rede será modernizada para tirar um atraso tecnológico de 30 anos, um problema crônico da meteorologia nacional?, comentou o diretor do Inmet, Antônio Divino Moura, ao anunciar esta semana os investimentos do governo federal na área de monitoramento atmosférico.
Segundo Moura, os novos equipamentos ampliarão em 700% a capacidade automática de observação meteorológica. As estações manuais fornecem três medições por dia, enquanto que as automatizadas farão monitoramento de hora em hora (coleta de dados a cada cinco segundos e síntese para cada hora) e transmissão em tempo real, via satélite Brasilsat (sistema Autotrac) e disponibilizados imediatamente na página web do Inmet (www.inmet.gov.br), de forma gratuita a todos os usuários.
?Trata-se de uma rede sinótica, com espaçamento de um grau de latitude por um grau de longitude para fornecer informações meteorológicas em tempo real para a previsão de tempo e que darão grande apoio à agricultura e o agronegócio, à defesa civil e para recursos hídricos?, enfatizou o diretor. Ele acrescentou que as estações estão sendo importadas da Finlândia a um custo de US$ 5 milhões, com 30% de desconto, graças ao apoio da Organização Meteorológica Mundial (OMM), com licitação transparente, internacional, feita diretamente com os fabricantes de equipamentos meteorológicos na Europa, Estado Unidos, Canadá, Japão, Suiça, Itália, entre outros.
As primeiras 145 estações compradas da firma vencedora, uma empresa da Finlândia, já começaram a ser instaladas nas regiões sul, sudeste e centro-oeste, dada a sua expressão na agricultura brasileira. As regiões norte e nordeste já começam a ser planejadas para a segunda etapa no segundo semestre.
Divino Moura afirmou que até o final deste ano mais 250 estações automatizadas começarão a ser instaladas no País e entrarão em funcionamento até o segundo semestre de 2007. Cada estação custa cerca de US$ 20 mil, mais o custo dos componentes nacionais. ?Queremos deixar de ser o ?patinho feio? da meteorologia nacional no que diz respeito aos dados e a previsão tempo. Por isso necessitamos de uma rede modernizada, mais densa e com mais precisão nas medições?, ressaltou.
Sete equipes do Inmet já foram treinadas para fazer a manutenção dos equipamentos. Uma parceria com a Atech, a mesma responsável pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), propiciou o desenvolvimento do software para o controle e acompanhamento de toda a rede, graças a recursos de Fundos Setoriais e do apoio da Finep.
Para viabilizar a modernização da rede, além do seu próprio orçamento, o Inmet conta com apoio de vários ministérios, entre os quais o do Planejamento, por meio do Projeto-Piloto de Investimentos (PPI), da Fazenda e da Ciência e Tecnologia, além de forte parceria com o Inpe. O instituto quer ainda formalizar acordos regionais com o Uruguai, Paraguai e a Argentina para aumentar o adensamento das informações na região sul e sudeste.