O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Marcus Vinicius de Oliveira, disse hoje que o modelo adotado pelos hospitais psiquiátricos no país é antigo e totalmente defasado. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AN, ele falou sobre a reforma psiquiátrica e o trabalho de inspeção nas unidades psiquiátricas realizadas pelo CFC e a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Segundo Marcus de Oliveira, o atual modelo psiquiátrico foi criado em uma época em que a psiquiatria e a psicologia não tinha avançado em seus estudos e descoberto outras maneiras mais eficazes de tratar o problema dos distúrbios psicológicos. “Hoje, os estudos da psiquiatria avançaram muito. Sabe-se que é um erro separar o paciente do seu ambiente familiar e da convivência com a sociedade. Isso cria uma nova possibilidade onde as pessoas são tratadas sem que sejam separadas da sociedade. Ninguém pode ser feliz longe da sociedade, da sua família, do seu ambiente?, disse.
Marcus de Oliveira disse ainda que o sistema hospitalar psiquiátrico custa R$ 900 por mês por paciente para o Sistema Único de Saúde (SUS). “O que acontece é que os pacientes costumam ficar internados por um ou dois meses e depois voltam para casa. Então, qualquer coisa que esses pacientes fazem a família manda de volta para o hospital. Isso mostra que o tratamento é caro e ineficiente”.
Ele salientou que essas instituições são fechadas, “como se vivessem em um mundo à parte”. Disse ainda que existem documentos que atestam “uma série de assassinatos cruéis dentro dessas instituições. Casos como pacientes que foram amarrados e queimados?, disse. ?Estão atentando contra a vida das pessoas. A nossa preocupação é com o fim da impunidade?, acrescentou.
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