A Mocidade Independente entrou da Marquês de Sapucaí às 2h50 deste domingo para cantar o samba-enredo "Futuro no pretérito, uma história feita a mão". Marcada nos últimos anos pelo estilo hi-tech, o desafio da escola foi manter o ritmo, mesmo com artesanato como tema principal. O carnavalesco Alex de Souza usou andróides e ciborgs para fazer um contraponto entre o império da máquina e a simplicidade do que é feito a mão.
O puxador Bruno Ribas animou os 4500 passistas da quinta escola a desfilar no primeiro dia do grupo especial do Rio de Janeiro.
A comissão de frente trazia um grande livro, no qual um integrante, vestido de Adão, ocupava o lugar da ilustração. De tempos em tempo, o passista era ´expulso´ do desenho e a alegoria virava para mostrar a passagem da população pela época da robotização do mundo. A coreógrafa Claudia Ribeiro acompanhou durante todo o percurso, os passos dos integrantes.
O carro abre-alas era uma metáfora do filme "Metrópolis", lançado em 1927, com o carro cheio de operários. A idéia foi mostrar como a sociedade imaginava o futuro com o domínio da industrialização.
A bateria cumpriu a promessa do mestre Jonas e surpreendeu o público. Algumas vezes durante o desfile, os 250 ritmistas, que representavam as feiras nordestinas, faziam silêncio por 15 segundos. Além da madrinha, a Mocidade contava com um rei da bateria.
A escola de Padre Miguel não esqueceu de demonstrar solidariedade à família do menino João Hélio Fernandes, de seis anos, assassinado na semana retrasada. Uma faixa pedia justiça pela morte do garoto. A mensagem foi carregada pela rainha da bateria, Janaína Barbosa, e a musa, Tatiana Tagong. As duas discutiram por meio da imprensa no período pré-carnavalesco e agora, na Sapucaí, não se falam, mesmo lado a lado.