O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, afirmou nesta segunda-feira (16) que a mistura do álcool anidro à gasolina, hoje em 20%, "dificilmente" voltará aos 25% em 1º de novembro, como querem os usineiros. Segundo o ministro, o governo ainda avalia a proposta feita pelo setor sucroalcooleiro na última semana, na qual o setor garantiria o abastecimento durante a entressafra de cana-de-açúcar – entre dezembro de 2006 e abril de 2007 – suficiente para manter a mistura.

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Outro fator, de acordo com Guedes, é o prazo de 20 a 30 dias que a Petrobras precisa para reorganizar o processo de refino e de logística para o aumento de cinco pontos percentuais na mistura do anidro à gasolina.

Além disso, o governo sequer marcou ainda a reunião do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), responsável pela decisão final sobre aumento ou redução na mistura. "Então a demanda do setor para 1º de novembro é muito difícil de ser atendida", explicou o ministro, que participou nesta manhã da abertura da 9ª Conferência Internacional de Proteção de Produtos Armazenados, em Campinas (SP).

O ministro negou que tenha sido preterido pelos usineiros, que procuraram a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para solicitarem um novo aumento na mistura, apesar de ela não integrar o Cima. "Eu participei da reunião com a ministra e antes dela eu me reuni com o setor (sucroalcooleiro) no Ministério da Agricultura", disse. "Além disso, a ministra Dilma já foi das Minas e Energia e tem participação fundamental para a política de agroenergia do governo federal", concluiu.

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A mistura do anidro à gasolina, que por lei varia de 20% a 25%, foi reduzida para o piso em fevereiro a pedido dos usineiros, após a iminente crise de desabastecimento do álcool em virtude do aumento da demanda ante a queda da produção. Desde setembro, os usineiros dizem ter condições para o retorno aos 25%.